sexta-feira, 24 de março de 2017

Dos 1200 degraus ao Vale da Teixeira

Vale da Teixeira
Afinal o que os degraus têm a ver com o Vale da Teixeira? Literalmente nada... apenas o pormenor de ambos ficarem no Gerês. E era aqui onde queria chegar...

Sábado passado (18/03) rumei ao Gerês. Fiz-me acompanhar por um grande amigo (João) que adora estas andanças: fazer trilhos,  pisar caminhos de cabras, seguir sem trilhos, subir ravinas, saltar pedras, descer no desconhecido, dormir sob as estrelas...  pronto, ama a Natureza!

O nosso intento foi participar no Festival das caminhadas e realizar o trilho do Vale da Teixeira.
Chegámos ao Gerês cedo. O evento estava marcado para um pouco depois das 13h.
Olhei para a tubagem da Central hidroeléctrica de Vilarinho das Furnas e os seus famosos 1200/1300 degraus. Que vontade de lá ir! O João disse que nunca lá tinha ido... e foi o primeiro a sugerir para os subir! Yeaahhh!! Lá fiquei eu "toda feliz de contente" para a minha 4ª incursão dos ditos numa manhã radiosa e anormalmente quente.
Chegados lá acima, e com uma suadela monumental, apreciámos aquele silêncio e a fabulosa vista para a Albufeira da Caniçada.
O aquecimento para o trilho estava feito!

Agora é para descer!
Após o almoço dirigimo-nos para a Pedra Bela. Local marcado para o arranque do Festival.
Após um breve "briefing", feito pelos guias, seguimos na cauda do grupo, rumo ao Vale da Teixeira. Começámos por um caminho florestal que liga ao velho trilho, bem nos meandros da serra. Os cenários mudavam à medida que caminhávamos. Se nos deparámos com uma magnífica floresta de pinheiro silvestre, na passagem a seguir já encontrámos urzais, tojais, as formas graníticas e os caos de blocos. As formas desenhadas nas pedras eram puras obras de arte naturais. Os substratos turfosos e os tomilhais apareciam aqui e ali.
O trilho levou-nos até ao Abrigo do Curral da Carvalha das Éguas. Entre filões de quartzo, blocos graníticos lapidados pela natureza, um Sol portentoso e umas quantas conversas entre o grupo, chegámos ao Abrigo do Curral da Lomba do Vidoeiro. Breve paragem para escutar os guias  a contarem histórias alusivas aquele local. 
Retomada a marcha, deparámos com os simpáticos e plácidos garranos. Um tempo depois já avistámos o Vale da Teixeira protegido pela magnificência da montanha. Descemos até ao abrigo. Descansámos junto às águas límpidas do Vale. Dali calcorreámos serra até à Cascata do Arado. Sobejamente conhecida, tem tanto de bela como de perigosa.
Depois do Arado fizemos um teste à nossa capacidade de "trepar". Magníficos 700 m sempre a subir! Terminada a subida, o restante percurso foi um mimo muscular e uma cortesia para os sentidos: final da tarde! Cores e cheiros naturais envoltos na despedida do Sol.
A Pedra Bela já recebia os caminheiros dos restantes trilhos. A sopa do Pote foi o "prémio" merecido após 4h e meia pela serra.

Percorrer este tipo de trilhos, que exigem alguma preparação física e destreza na montanha, fornecem sensações únicas que quase se tornam indescritíveis. Por muito que tente recontar, há pormenores sensoriais que escapam à dimensão escrita...
 O ideal é apreciar pelas imagens que se seguem.


Início do Festival

Briefing

Início do trilho


Esculturas naturais



Urzes  








Grandes mariolas







Curral da Carvalha das Éguas




Abrigo do Curral da Carvalha das Éguas

Abrigo do Curral da Carvalha das Éguas





Abrigo do Curral da Lomba do Vidoeiro (eu estava em cima do abrigo)

Simpático garrano





Vale da Teixeira
Abrigo do Vale da Teixeira







Hora do banho











A caminho do Arado























Adoro aquele sobreiro!

Cascata do Arado

Aqui está a sopinha com direito à tigela!

Guias, organização e boa disposição