Antes de dar início à descrição semanal dos treinos rumo à Maratona do
Gerês, não posso deixar de parte uma breve descrição da minha humilde visita ao
Pico da Nevosa.
Após conversações efetuadas com o Diogo Sá Lima (projeto Caminheiros do
Gerês), agendamos para sábado passado (03/09) a subida até ao ponto mais alto
do Gerês. O ponto de encontro ficou marcado nas termas de águas quentes de
Lobios, Ourense. O grupo ficou formado com a presença do Eduardo, a Maria João
e o Luis.
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Início da Odisseia |
Dali seguimos num só carro até à Ermida do Xurês. Avançamos pelo trilho
das Minas das Sombras... embora de sombras pouco tivesse, pelo menos nesta
altura! Caminhamos em direção à ponte de porta paredes que dá passagem sobre o
rio Vila Mea.
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O Sol começa a apertar! |
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Ponte Porta Paredes |
À medida que subíamos fomos descortinando pequenas cascatas e piscinas
naturais formadas ao longo do rio. Vontade de descer as ravinas e dar um
mergulho naquelas águas não faltou... mas o objetivo era outro.
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Tentações! |
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Pausa para... troca de opiniões! |
A primeira paragem para descansar foi aos 5 km junto a um
"oásis" de montanha. Uma pequena fraga beijada pela água e protegida
pelas sombras de algumas árvores. Deu para banhar os pés e prepará-los para a
dose seguinte.
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Um mimo delicioso! |
A partir dali a conversa já era outra. Mais pedra e o dobro da
atenção. Por vezes parávamos para vislumbrar as enormes montanhas que nos
ladeavam. Belas e imponentes.
Depois de muitas pedras pisadas e muitos raios de sol, encontramos um
paraíso de temperaturas baixas: as Minas das Sombras. O Diogo e o Luis
atreveram-se a entrar no "pólo norte". Eu, o Eduardo e a Maria
ficámos pela frescura da entrada.
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Mina das Sombras |
Hora de continuar e, desta vez, quase a trepar. Uns metros antes de
chegar ao marco nr 91 protegidos pelo Alto da Amoreira e o Pico do Sobreiro em
ambos os extremos, decidimos fazer a nossa refeição ainda em terras galegas. Já
estava na hora de repor energias pois a Nevosa ainda distava uns 4 kms.
Mesmo a uma altitude que rondava os 1200 m, o calor não dava tréguas. De
vez em quando corria uma brisa, mas depressa o calor ocupava o seu lugar!
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Almoço com esta panorâmica! |
Energias repostas hora de voltar ao caminho. Já em terras lusas,
trepamos uma encosta até nos surgir à frente as minas dos Carris, bem ali ao fundo.
Descemos e estivemos ali um pouco a paparicar a pequena albufeira e as famosas
janelas com vista para a Nevosa... e o resto do que se pudesse alcançar.
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Carris à vista! |
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Oh prá ela ali! |
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Menina que estás à janela... |
Próxima paragem... já vos conto! A nossa menina parecia ali tão perto,
mas ainda faltavam cerca de 2 mil metros para a alcançar.
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Figuras... |
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Diogo para a posse! |
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Luis encontrou-se esculpido na rocha! |
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No comment! |
Entre pedras e vegetação rasteira, entre conversas e fotos, entre
subidas e descidas, entre território galego e luso... ali estava ela.
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Olá menina! |
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Últimos metros antes do cume! |
Como
tínhamos encontro marcado apressamo-nos a fazer a última escalada até ao seu
cume onde nos aguardava uns bancos improvisados pela erosão, umas vistas
fabulosas por qualquer lado que olhássemos. Conseguimos
avistar serras tão longínquas como o corno de bico, Serra de Arga, Serra Amarela, Santa Eufémia, Larouco, Soajo, Peneda, Laboreiro e Cabreira. Claro está que ficámos com aquele sorriso de objetivo
cumprido após 14 kms de pura adrenalina e... suor!
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Visão imponente! |
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Apenas apreciando! |
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A Nevosa, eu e o céu! |
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Belo! |
Já se aproximavam as 18h. Era hora de descer e dar uma última
espreitadela ao Curral do Marabaixo vizinho da grandiosa Nevosa. Um curral
ainda com cores verdes, que com o calor que se tem feito sentir, é uma raridade.
Por unanimidade, decidimos arriscar cortar caminho entre o Pico do Sobreiro (em
território Português ) e o Altar dos Cabrões (em território Galego) para chegar mais rapidamente às minas das
Sombras. Se bem o pensamos assim o fizemos. Criativos como somos, improvisamos
um trilho entre a vegetação, seguindo sempre um foco de orientação. Se foi uma
aventura fazer este corta mato o que nos esperava tornou-se épico: descer o
Pión de Paredes até à Mina das Sombras. O quê???? Acreditem que, se tem Paredes
no nome, não é por acaso. O Diogo e eu fomos analisando as melhores estratégias
para descer sem ter de rolar por ali abaixo. O Eduardo, a Maria e o Luís
seguiam um pouco mais atrás.
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Pión de Paredes... Ufa! |
Cada passo dado tinha de ser pensado e cuidado. Sempre que possível a
vegetação era a nossa corda de segurança. Em pequenas fragas o rabo era um
auxiliar poderoso. Sempre que olhava para baixo tinha a sensação que as minas
estavam a afastar-se. As pernas já tremiam pelo esforço acrescido, mas não
havia margem para facilitar. Tentei sempre seguir o Diogo e, após aquilo que me
pareceu uma eternidade... eis-nos nas minas. Finalmente!!! O que vinha a seguir
áquilo era mimo... pensava eu!
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Minas ao entardecer! |
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Depois daquela descida a rapariga até estava impecável! |
Como demoramos imenso tempo a descer e a concentração era o principal,
eu "apertei" e só "vert águas" quando cheguei às minas. O que eu não
esperava era começar a sentir o desconforto do início de uma infeção urinária... e assim
foi. Tentei controlar até à última paragem, exatamente no "oásis" de
montanha que falei acima. Mas foi impossível! O desconforto e dores surgiam. Só
queria caminhar e ver o carro, mas ainda faltavam 5 km. Não sentia cansaço nem
desgaste, apenas incómodo. Tentei não pensar e focar-me no caminho, mas era
impossível. O Diogo bem tentava apaziguar, mas acabou por ter de me
aturar.
Já de lanternas ligadas, chegamos à ponte. Ai... já faltava pouco...
Estava a morrer de sede. Entretanto o incómodo diminuiu. A noite já nos acompanhava há mais de 3 km. Éramos
nós, a serra e a noite. O carro... vi o carro e a fonte bem perto. Eu e o Luís
quase secávamos a fonte (estou a brincar). Alivio enorme!!
Depois deste resumo, que de resumido tem pouco, apenas posso resumir que
foi um sábado colossal. Companheiros de aventura do melhor, trilho grandioso e
objetivo cumprido. Nevosa, já estás alcançada!
Obrigada ao grupo por tudo. Obrigada Diogo pela oportunidade. Um dia memorável! Espero o reeencontro numa próxima aventura!
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