Num domingo que acordou chuvoso,
previa-se uma S. Silvestre bem molhada. Quis S. Pedro dar a volta à situação e,
a partir do meio da tarde, a chuva cessou e deu lugar a um fim de dia com uma
temperatura agradável e propicia a uma corridinha de 10 quilómetros.
A Avenida dos Aliados rapidamente
encheu-se de atletas e pessoas que vinham para assistir a esta festa da corrida
de S. Silvestre na cidade do Porto.
A organização, este ano, decidiu
fazer o escalonamento dos atletas por grupos de partida. Assim a elite partiu
em primeiro lugar. Em seguida foram os atletas do Grupo A, com tempos abaixo
dos 40 min. Os atletas que fazem tempos entre os 40 e os 59 min saíram logo a
seguir. Por último, estavam os atletas do grupo C com 60 min ou mais. Para
acedermos ao nosso grupo de partida tivemos que entrar por portas assinaladas
com a sinalética devida.
Dado o tiro de partida, eu e os
milhares de atletas arrancamos pelos Aliados abaixo, com muita cautela pois a
afluência era imensa e a propensão aos atropelos era demasiada. Houve mesmo
quem fosse empurrado contra um poste!
Iniciei, como combinado, na
companhia de uma amiga e única mulher maratonista amarantina, Natércia
Teixeira. Cuidadosas, seguimos de forma a evitar encontrões.
Subir a Rua Sá da Bandeira, Santa
Catarina até ao Marquês, foi a prova de fogo, logo a começar. Valeu o incentivo
do público, o nosso incentivo ao público para nos motivar a passar a primeira
fase da prova. O resto do percurso era um pouco mais suave e deu para recuperar
dos primeiros quilómetros. Nesta fase notou-se um maior alivio nos atletas e o
entusiasmo era geral. Ouviam-se gritos de contentamento, os aplausos
sucediam-se, a boa disposição reinava a cada passagem e o esforço que se fazia
era minorado por toda esta euforia. A própria iluminação natalícia foi um fator
de inspiração nesta noite agradável de festa e de corrida.
Sempre ao lado uma da outra, eu e
a Natércia seguíamos em direção à parte mais emocionante da prova: a passagem
no túnel de Ceuta. Foi, simplesmente, arrepiante sentir os brados dos atletas,
os assobios para provocar eco, os braços no ar, a música colocada
estrategicamente naquele local para concentrar o som e, assim, aumentar a
adrenalina, a motivação e esquecer o cansaço.
Sentimos que corremos mais, o corpo todo arrepiado de exaltação e
bem-estar, a alegria de ali passar deu-nos forças para continuar.
A parte final foi outra prova de
fogo: subir os Aliados até voltar em direção à meta. Aqui sim, a nossa mente
era quem comandava. O esforço foi tremendo mas, em silêncio, fomos dando força
uma à outra para conseguir superar mais um passo. E conseguimos!
Em relação aos restantes membros
do meu grupo, todos terminaram bem e com tempos bastante razoáveis.
Na parte final, para receber as
medalhas, gerou-se um enorme aglomerado de atletas o que provocou uma demora tremenda
para as receber.
Em jeito de conclusão, foi uma
prova magnífica, feita em boa companhia e num ambiente de festa memorável.
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