| Os três sensacionais: Francisco, Davide e eu! |
O que fazer, de especial, num sábado à noite? A resposta é... correr pelos burgos do Porto e Gaia, num universo de atletas aventureiros e audazes, sedentos em explorar os recantos mais inusitados e emblemáticos de ambas as cidades, a correr ou a caminhar, aliados à euforia, à animação e ao divertimento.
Este programa foi, precisamente, o que estes três miúdos da foto decidiram fazer, neste sábado último. Munidos de boa disposição, trajados a rigor e de lanterna a postos, estávamos nós a marcar presença na linha de partida do Meo Urban Trail, na Ribeira do Porto. À nossa volta estavam apenas mais uns milhares de aficionados prontos para iluminar ambas as cidades, numa corrida desenfreada pela descoberta do desconhecido (ou pouco conhecido) circuito urbano.
| As minhas amigas escadas... quase a terminar! Ufa! |
O circuito não podia ser mais aliciante. Começar por atravessar a bailante ponte D. Luís e fazer o aquecimento pela marginal de Gaia. Seguiu-se uma subidinha num subúrbio gaiense, uma descida atapetada ora de pararelo ora de fragas acidentadas. As escadas vieram ao nosso encontro, quer em subidas quer em descensões. Estas ruelas e caminhos levaram-nos ao coração das Caves do Vinho do Porto. O aroma intenso do líquido deu ânimo para aumentar o ritmo e descobrir qual era o próximo ponto de passagem. A cada curva a surpresa imperava. As sinuosas descidas e as rudes ascenções encaminharam-nos até ao magnífico mosteiro da Serra do Pilar. Aqui o "trânsito" humano afunilou numa estreita passagem. Passado este momento, o itinerário rumou-nos à muralha Fernandina. Uma paisagem única e sublime para o rio Douro, extasiava qualquer retina que se detivesse uns segundos a contemplar.
A caravana de lanternas na cabeça descia agora em direção à ponte D. Luís. Com a caminhada na faixa contrária, o tabuleiro estava irrequieto e agitado. Balouçava intensamente, tal era a euforia.
Já no lado do Porto, as escadas Codeçal e dos Guindais faziam as honras e aguardavam-nos, com um ar desafiante. Decididos a não nos dar por vencidos, subimos, com as forças que ainda existiam, os infinitos degraus. Obstáculo superado, a fila de lampiões corria estrada abaixo, rumo à Sé. Desfilamos por mais ruas e ruelas, caminhos estreitos e acidentados, subimos mais lanços de escadas, descemos outros tantos. Estávamos, entretanto, no Palácio de Cristal. O Jardim das Virtudes foi o percurso mais curioso a ser percorrido, pois a escassa luminosidade que possuíamos era mesmo a lanterna que levávamos e os balões luminosos a marcar o caminho. Cada passo era uma incerteza e cada metro uma surpresa.
| com estilo |
Nesta altura já nos encaminhávamos para as linhas do elétrico, rumo à Alfândega. Avançamos com calma, ao longo da estrada. Esta sim, já a tratámos por "tu". A meta estava a poucos metros de distância.
Prova terminava e uma sensação de bem estar apoderou-se de mim. Tive plena noção de que saboreei cada passo dado, cada local percorrido, cada degrau galgado e cada quilometro conquistado. Diverti-me a registar o percurso, independentemente da qualidade. Não participei com objetivos direcionados aos tempos conseguidos. A diversão e a camaradagem aliada a um percurso único e fabuloso foram primordiais. O tempo com que se terminou o circuito? É acessório.
Não há dúvida que este novo conceito de corrida é intensamente aliciante e proporciona um ambiente histórico/desportivo magnifico.
Ao Francisco e ao Davide, que alinharam comigo nesta aventura, um imenso obrigado. Foi uma noite fabulosa e muito divertida.
UT já está agendado para 2014!
Video














