sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Maratona do Gerês: referências e retratos!


quadro

Pareço um disco riscado, a falar maioritariamente do mesmo local, mas o Gerês é aquele meu cantinho de eleição, que me eleva a alma, que me apraz o coração e que me brinda com uma força energizante.
De que falo eu, afinal? Maratona do Gerês. Não, não fui correr (estou privada de o fazer há dois meses e assim será por tempo indeterminado). 2 de dezembro, fui a convite de um grande amigo fotógrafo, Jorge Ferreira, que conheci, precisamente, nessa mesma prova, há um ano atrás. Um Jorge que me fez repetir um pulo na chegada à meta, completamente esgotada, só para que o registo ficasse perfeito. 

O salto memorial


Naturalmente fanático pela fotografia, sugeriu-me a aquisição de uma "pequena" maravilha para que fosse aperfeiçoando a minha mania de disparar, aqui e ali, umas imagens, espelhos, expressões, perpetivas e panoramas. Assim, equipada e artilhada segui para o melhor local para umas dicas de fotografia: Gerês, obviamente.!
Não se nota mas estava frio! :D
Com uma temperatura a tanger o negativo, às 8h da manhã já pela vila deambulávamos. A cada passo dado encontrava alguém conhecido. Dei por mim a recordar a ansiedade, a dúvida, o receio e o nervosismo sentidos um ano antes e comparei com o que senti este ano. Satisfação, entusiasmo, energia e empolgação ficaram nos registos do passado dia 2. Mais animada ficava sempre que reencontrava pessoas amigas e que me dizem imenso.
Encontrar a Ana Paula Costa...

.. e o Manuel Sá

.. o meu ex-aluno Pedro Gonçalves

A exuberante Rosinha Capela

... António Oliveira e Vitor Silva

... a Olga Martins

... o grande Jorge Lobo e Luís Carvalhido

Um carinho enorme. Jorge Lobo

Com conversas e disparos, estava a chegar a hora de registar a partida das diferentes provas (13 kms, meia maratona, maratona e maratona por estafetas).
Juntei-me ao Jorge após retratar estas passagens e delineamos a próxima estratégia de ação. Acompanhar a meia maratona. Subir até à Pedra Bela, descer à vila e apanhar os atletas da maratona nas Curvas de S. Bento.
Se bem o pensámos, melhor o fizemos. Não resisti a sentar-me na janela do carro e tentar registar o máximo possível os atletas. Um "desenho" que lamento não ter um registo para apresentar de como ia eu ali guindada.
A subida até à Ermida não é fácil. Tentei dar alento... à minha maneira ( é melhor não referir o que me saía da boca :D ). Estava um frio que nem é bom lembrar. Quem corria aquecia, mas eu, ali sentada, à janela, quase "congelava o rabo". Pronto, e isto foi motivo de risota para quem me ouviu a "queixar". Podia sentar-me no banco, sossegadinha, e ver a "banda" passar... mas não conseguia. Queria que sentissem que os acompanhava e apoiava. Que, bem ou menos bem, a lembrança daquele momento épico estaria ali. 
O Jorge não tinha mãos a medir; ora atento à condução, ora a dar-me diretrizes técnicas de fotografia, ou a rir-se das minhas maluqueiras e ainda a fotografar. Oh canseira que se meteu!
Quando chegámos à vila, cortámos caminho em direção às curvas de S. Bento. Bateu uma saudade daqueles caminhos que tantas vezes percorri a correr... adiante
Os protagonistas da "emboscada" fotográfica, por Luís Carvalhido

Encontrámos um local onde conseguiríamos um bom enquadramento dos atletas, em qualquer colocação que estivéssemos. A dada altura lembrei-me de me deitar no chão para que os atletas tivessem como pano de fundo o azul do céu. (exemplos)



Mas, até esta minha decisão foi motivo de diversão para os fotógrafos, atletas e por quem passava de carro. Todavia, assim já não me podia queixar do frio. O Sol aqueceu o que de manhã estava quase congelado. :D :D
"ilustrações"

perspetivas

Não tenho bem a noção do tempo que ali estivemos. Talvez umas três horas. Aliás, estaríamos ali até as minhas baterias (da máquina, ressalve-se) terminassem. Terminaram e ainda tive o privilégio de fotografar com um dos "canhões" artilhados, de quase 20 quilos, do Jorge (diga-se, máquina). É no que dá acompanhar um pró. :)
Com o espaçamento dos atletas decidimos descer à vila, comer a sopa do pote (tão boa que estava) e preparar a viagem de regresso a casa. 


Boa sopinha
 Acreditem ou não, estava cansadita mas muito feliz. 
Foi um dia intenso, com as emoções ao rubro. Um dia de incentivo, aprendizagens, diversão, convívio e muita energia positiva. 
A ti, Jorge Ferreira, um enorme agradecimento pelo convite, pelo excelente dia que me proporcionaste e pelos ensinamentos que me foste transferindo. Aguardo agendamento da próxima "aula" (evento). :D
A todos os atletas fotografados e presentes nas diversas provas, muitos parabéns. Próximo ano há mais e espero lá estar... em qualquer circunstância, porque o Gerês está-me no coração.






sábado, 14 de outubro de 2017

Pedacinhos de mim... no Gerês!

Debruçando-me sobre o outono!
Quem me conhece e acompanha sabe a paixão que tenho pelo Gerês. É um tal fascínio que, meio ano sem lá ir, tange a eternidade.
Necessitava de me entranhar naquela mata e respirar natureza. Carecia de escutar o nada no alto da serra. Precisava sentir a energia que me transmite e alenta. Era emergente lá ir... e fui!
Sábado, meio da manhã, com a temperatura a lembrar o Verão, a Vila do Gerês estava movimentadíssima. Mas não era a Vila que mais me interessava. 
A primeira visita obrigatória foi ao cantinho que me acolheu: Hotel Adelaide. A magnífica  remodelação que sofreu e "está de tirar o fôlego" não apagaram as imensas e eternas recordações que dali tenho. Reencontrar, cumprimentar e abraçar quem sempre me tratou como se da família fosse, foi singular.
Ao aproximar-se as 12h, a opção natural foi almoçar ali. Um delicioso cozido à portuguesa (não deu tempo de registar) forneceu energia para a frenética tarde que se avizinhava. 
Estava entusiasmadíssima! Iria ser "guia". Iria percorrer os cantinhos que adoro, matar saudades, avivar recordações e, simultaneamente, mostrar e apresentar numa magnífica tarde de verão outonal... aliás, verão mesmo, mas em outubro. Vocês entenderam!
O primeiro local de paragem foi o miradouro do Mirante. A caminho das curvas de S. Bento, aquele miradouro é extremamente emblemático, com umas vistas fantásticas sobre a Albufeira da Caniçada, a Vila do Gerês e Vilar da Veiga. 
Do Mirante Velho
O caminho fez-se pelas curvas de S. Bento e mais uma paragem...
Nem tudo o vento levou!
O destino seguinte foi o miradouro da Boneca. Um pequeno trilho que se faz com alguma brevidade e permite apreciar a serenidade e o silêncio da serra descampada. O caminho é acessível e de baixa dificuldade. Este miradouro é igualmente muito concorrido e apreciado pela esplêndida paisagem que exibe.
Fonte da Boneca... seca

Caminho bem trilhado.

Vista do miradouro da Boneca

Outra vista do miradouro da Boneca
No regresso não podia esquecer o abrigo dos pastores, as árvores a saírem das pedras e os caprinos numa busca desenfreada por um pasto quimérico. Esta visão despe-nos da civilização e reporta-nos para a imaginável Era das comunidades recoletoras.


Abrigo dos pastores

Debaixo de um calor imenso, a viagem prosseguiu em direção ao Campo do Gerês. Uma breve passagem pela barragem de Vilarinho das Furnas. O fumo proveniente do incêndio que deflagrava em Rio Caldo, não permitiu fazer registos fotográficos. 
A mata da Albergaria chamava-me. Embrenhamo-nos no caminho de terra que liga o Campo à Mata. Queria ver as cores de outono... mas com as temperaturas altas as folhas estavam reticentes em perder a clorofila e ganhar os carotenos. O quadro outonal estava incompleto. Faltavam na paleta os castanhos, amarelos e vermelhos intensos.



Natureza animal, natural... e maternal


Paramos junto à Casa da Albergaria e à ponte de madeira por onde passa o trilho da Geira.
Passar e estar ali é transcendente. Há uma energia oculta naquele ecossistema que me deixa extasiada e eufórica. E explicar isto??




Da mata para a Portela do Homem. Havia pessoas a banharem-se na cascata de S. Miguel, apesar do seu curso de água ser diminuto. Muito movimento e confusão na estreita estrada que liga à fronteira.




O tempo urgia. Entramos numa pequena parte do trilho da Geira Romana que nos levou ao coração da Mata até à Ponte de S. Miguel, sobre o rio Homem.
Senti saudade do som da água a galgar as pedras do rio e a estatelar-se na pedra seguinte. Aquele sonido que entrava no ouvido como uma melodia... desapareceu. Compensou aquela vegetação imensa que nos guiou à ponte. Ali era visível as pedras nuas e secas. A água existente estava parada e triste. Mesmo fria sentia-a quente.



O retorno ao carro foi célere. Havia ainda a Pedra Bela a apresentar.  A curta viagem foi para apreciar a beleza peculiar da mata e daquele verde que teimava em resistir.

Ao chegarmos ao miradouro da Pedra Bela, em nada me admirou a movimentação de pessoas. É o miradouro mais simbólico e figurativo do Gerês. Muito concorrido e procurado pela excelente paisagem sobre a Vila do Gerês e a Albufeira da Caniçada.

O miradouro da Pedra Bela tem tanto de belo como de assustador mas é de visita obrigatória.
Uma curiosidade: Qual é a probabilidade de te ofereceres a tirar uma foto a um casal e seus rebentos, num miradouro na serra, e escutares: " Desculpe, mas você não é a professora Elisabete, que já aqui deu aulas? Não me está a reconhecer com os óculos?". Pois uma remota probabilidade. Mas aconteceu comigo. Coincidentemente tirei a foto ao Eric Carvalho, Atleta da Ermida Team, quem tive o prazer de conhecer aquando de uma sessão de fotos para divulgar a MMA no Gerês. Curiosidades!

Com jantar marcado para as 19h, era hora de regressar à vila. A tarde tinha decorrido como determinei e visitamos os espaços que pretendia. Muito feliz!!
Raras mas apareceram


Tinha chegado a hora de relaxar, após um aprazível passeio.
O restaurante que marcaram para o jantar era perto do hotel, então o percurso foi feito a pé. A Manuela e a Beatriz foram as primeiras a chegar. Seguiu-se a Irene e a pequena Raquel. Já estávamos nas entradas, quando chegou a Sara com a Carol e a Joana. Um agradável e soberbo jantar onde pudemos colocar alguns assuntos em dia e matar as saudades das pequenas.
Isto é... carinho!
São estes pequenos momentos que nos enche o coração e nos relembra a parte maravilhosa da minha profissão. Manuela, Sara e Irene, obrigada por serem quem são e por me terem guardado no coração!
Isto é... amizade!
 O Domingo acordou quente e convidativo para mais um passeio. Desta vez o destino foi a aldeia da Ermida. Adoro aquela aldeia e tudo o que a envolve. Uma aldeia rural mas organizada com uma população muito jovem.
Pelo miradouro da Ermida

Jovens no treino
Tive a oportunidade de cumprimentar a Olga Martins. Um reencontro muito agradável com direito a visita guiada pelos aposentos da Casa Baranda. Um cantinho aprazível e confortável.
A ronda pela Ermida tinha de passar pelo miradouro. Seguiu-se a visita à Fecha de Barjas. Umas cascatas imensamente conhecidas mas extremamente perigosas. Todos os anos são inúmeros visitantes que sofrem acidentes, alguns deles  graves, por falta de cuidado e desrespeito pelos  alertas indicados.
A Fecha vai pobre... mas bela!

Fragas acidentadas e escorregadias





Segura-te... ainda vais à água!
Mais uma vez a água era escassa e a beleza da cascata estava resumida à sua localização e à sua particularidade de ladeiras acentuadas e agrestes.
A aventura prosseguiu. Após uma breve passagem pela Cachoeira...






Paramos na Marina de Rio Caldo e ficou este registo:
Vista sobre Vilar da Veiga
Em Vieira realizava-se a Feira da Ladra. "Bora" lá dar uma volta e dar inicio ao estudo  das últimas tendências da moda contrafeita... :P
Durante estas voltas combinei com o sr. Jorge Lobo e a sua Rosinha encontrar-nos ali, em plena feira, mesmo em frente aos grandes palcos (calma, a nossa atuação não foi naquele dia). O tempo era pouco para o muito que havia a partilhar. Os temas sucediam-se e as risadas foram uma constante. Rosinha, tantas histórias daquele ano que partilhamos na mesma escola! Sr. Jorge, tantos kms feitos e partilhados em trilhos, até então, desconhecidos por mim! Deliciosos momentos!
Estes reencontros são únicos e fantásticos. Reforçam os laços de empatia e carinho que se criaram e que o tempo alicerça.
Ladeada pela Rosinha Capela e o Sr. Jorge Lobo!

E está aqui descrita a minha incursão pelo Gerês, durante este fim de semana. Quando lá vou, tendo descrever,o mais fiel possível, o que me vai na alma, mas fico com a estranha impressão de que todas as palavras que expresse nunca chegam a definir, rigorosamente o que sinto...
Divagações à parte, foi um fim de semana que deu para saldar uma pequena percentagem das saudades que nutria por aquele cantinho. Reencontrar amigos, deambular pela natureza, empoeirar-me de energia, ofegar adrenalina, sorrir entusiasmo e respirar alento é, simplesmente, metafísico... no Gerês!!
Respirar alento

Sorrir entusiasmo

Ofegar adrenalina

J.C., um gigantesco obrigada! Permitiste que pudesse partilhar estes pedacinhos de beleza natural e matasse saudade de todos eles. Obrigada por aturares meus devaneios eufóricos... mas sadios. :)

Gerês, em breve regresso!