domingo, 30 de abril de 2017

Do Poço Azul à Chanfana

Vinte e três foi o dia de regressar ao Gerês! O evento a participar era a Caminhada integrada na V Feira da Chanfana, na aldeia comunitária da Ermida.
Poço Azul
6:30 da manhã, já havia movimento cá por casa. A Alexandra e o Guilherme (A Alexandra é uma amiga do coração que estou a tentar converter em atividades pedestres e, quiçá, corridas. O Guilherme é o seu filho destemido e aventureiro) tinham pernoitado por aqui. O Rafael juntou-se ao grupo madrugador. Mochilas preparadas, cintos apertados... a caminho do Gerês!
Após uma viagem tranquila chegámos à Ermida. A concentração era junto à Capela. Assim que lá coloco os pés encontro o senhor Jorge Lobo. A festa não podia ser melhor! Com pulinhos de alegria e um forte abraço, é assim que se começa a manhã por ali.

Receção ao "Lobo"!
Em seguida encontro outro Jorge, mas desta vez o Ferreira. Aquele Jorge que tem um jeito danado para a fotografia e que me fez um registo memorável no meu mundinho das corridas (O magnífico salto na meta da maratona do Gerês)!

Jorge Ferreira, o fotógrafo "gafanhoto"!
Mais um abraço e cumprimentos e sorrisos e esbanjamento de alegria por todos os poros. De repente escuto meu nome. Era o Marco Soares. Uma figura emblemática em registos fotográficos pelas suas inúmeras caminhadas por essas montanhas fora. Mais cumprimentos e boa disposição!
Os guias estavam a organizar grupos e a dar informações sobre a essência da caminhada. Seriam 11 quilómetros técnicos. Foi nesta parte que julguei que a Alexandra teria um colapso... tanto quilómetro!! Mas, animada por uns e motivada por outros, incluindo os miúdos, alinhou no grandioso desafio de calcorrear os trilhos do Gerês.
O grupo de caminheiros era enorme. Não sei precisar, mas rondaria uma centena. Os guias seguiam cada um com seu grupo. Nós seguimos com o Jorge Lobo que foi convocado para guia no último minuto. 
O Sol estendeu-nos uma passadeira de calor e energia. Iluminou todos os caminhos e aqueceu cada passo.
AI o que me espera!
O passeio foi tudo menos monótono. O caminho mudava de tipologia a cada curva. Tanto pisávamos terra batida como, em seguida, já descíamos por um trilho acidentado que exigia atenção redobrada e cuidados adicionais na colocação dos pés. 
O panorama que nos envolvia era, simplesmente, soberbo. As cores da primavera intensificaram-se com o brilho do Sol. Os cheiros naturais do monte, as águas envergonhadas que corriam nos seus cursos, o som dos pássaros, a comunhão dos sentidos com a natureza, enchia o coração.

Atentos e encantados!


Os miúdos estavam extasiados com este novo desafio. A Alexandra apenas sentiu uma pequena dificuldade, mas foi ultrapassada graças à presença do apoio logístico (breve passeio de jipe integrado na sua estreia pela serra).
Tratamento VIP
Encetámos o último trilho que nos levaria, diretamente, ao Poço Azul. Embora obrigasse a alguns cuidados, era um caminho sem ladeiras acentuadas. A paisagem essa, é brutalmente magnifica. Muito difícil descrever, na integra, o que os olhos absorvem.
O descanso dos guerreiros
Poço Azul à vista. Já lá estavam instalados todos os restantes elementos do grandioso grupo. Dois deles, tendo tanto de corajoso como de insano, mergulharam nas águas frias do Poço. Belo e arrepiante!
Rafael no Poço Azul!


A pausa para ingerir algo e apreciar aquele paraíso tinha terminado. Estava na hora de fazer o retorno.
Uma brisa veio atenuar o calor que se intensificava perto das 12h. Para combater algum cansaço que já se fizesse sentir, as conversas foram aumentando, as brincadeiras eram uma constante e as poses estratégicas para as fotos também ficaram registadas. Ter na caminhada um amigo, que também é fotografo profissional, a saltitar de um lado para o outro, é no que dá!
O fotografo à espera da melhor altura para o disparo
Chegámos à Ermida e ao largo da Capela. A Chanfana já nos aguardava, e nós ansiosos por a devorar.
O ambiente era tipicamente popular das festas da aldeia e aqui estava feliz!



Um domingo extraordinariamente bem passado, na companhia das melhores pessoas que alguém pode ter como amigas e ainda terminar toda "babada" por o Rafael ter dado cartas neste percurso e querer fazer outros similares! Este é o meu menino!



ATACE ERMIDA, muitos parabéns pela excelente organização e todo o apoio prestado ao longo do percurso. Em breve voltarei! ;)







domingo, 9 de abril de 2017

Pela Meia Maratona de Barcelos

Foi há uma semana mas só hoje foi possível registar a minha passagem pela Meia Maratona de Barcelos. Semana de avaliações... explica o atraso!

Após a Maratona do Gerês, ainda não tinha participado em mais nenhuma prova. Falta de aliciamento para o fazer. Contudo, não falto aos treinos que prescrevi no início do ano: 30 kms semanais (no mínimo). Nada de treinos específicos, apenas rolar e somar. 
No início de março surge um convite para participar na Meia de Barcelos. Fiquei reticente pois sabia que não tinha preparação para a fazer. Por outro lado, o grupo queria estar presente dado que uma das pessoas que faz parte da organização dos Amigos da Montanha é a Elisabete Rocha. Além de amiga de longa data é irmã de um dos elementos do grupo, José Rocha. 
Andava na dúvida até que,  duas semanas antes da prova, em conversa com a Elisabete e desabafei a minha relutância. Ela só me respondeu " Tu tens de vir!". Oh frase decisiva! Eu vou!!

Pela primeira vez fui para uma prova com o simpático objetivo de... seja o que Deus quiser! Optei, pela primeira vez, por levar música. Uma tentativa de diminuir a conversa ao longo do percurso. Estava descontraída e tranquila. Sentia-me bem e sem aquela pressão intuitiva do "tens de terminar em tal tempo!".
Preparação
O dia estava maravilhoso. Adivinhava-se algum calor, mas nada que uma garrafa de água na mão não solucionasse. 
Nós antes da partida
Confesso que, quando me vi atrás do pórtico de partida, senti aquele friozinho no estômago. Uma saudade daquela emoção que antecede o arranque. Os comentários aparvalhados e as piadolas nervosas para justificar aqueles sorrisos ansiosos...
PARTIDA! Segui como tinha idealizado: nas calmas. Nada de euforias iniciais. Quem quer correr rápido, força aí! Eu vou comigo.

Passava os kms quase sem dar conta. Tentei manter um ritmo confortável e estável. Não conhecia o percurso por isso mantive-me na defensiva. Pouco falei ao longo da prova (por incrível que possa parecer). Apreciei a música, olhava os atletas que faziam o retorno, admirava a população que nos apoiava, a brisa que soprava e seguia, tranquila. Cantarolava uma ou outra música. Aos 15 kms ingeri um reforço nutritivo. Já estava a precisar! Fiz-me acompanhar sempre com uma garrafa de água que trocava em cada abastecimento. Um auxiliar poderoso!
Foto by Artur Fonseca. Aqui com 16/17 kms


Reta da meta!
Até aos 18/19 kms tudo correu bem. A partir daqui senti uma pequena quebra no ritmo. Os 2 últimos kms tinham uma subidinha que me fez abrandar. Depois, "ouvi" a meta! "Bah, miúda, esquece lá o paralelo e dá-lhe!" Vi a passadeira vermelha, o relógio do pórtico a  fazer a viragem das 2h, o Davide de máquina em punho ao lado do Ricardo Ribas, os outros colegas a gritar o meu nome! Sorri e mal cheguei à meta não resisti a dar um pinote!
Uma forma peculiar de se terminar 21 kms. ;)
Foi a meia maratona que mais gozo me deu fazer. Terminar sem qualquer mazela ou cansaço acentuado e... muito feliz!
Ouvi muitos comentários alegando que o percurso era duro. Honestamente, não o vi assim. Ou então tem a ver com a forma como encarei a prova. Gostei do percurso, gostei da simpatia em todos os abastecimentos, gostei que um voluntário viesse a correr para me entregar uma garrafa de água, aos 20 kms... gostei de toda a organização. Estava tudo impecável! Parabéns Elisabete Rocha. És amarantina... tudo dito!
Nós, Valquíria, Xiquinho e a anfitriã, Elisabete Rocha

A passagem por Barcelos terminou com um divertido piquenique em grupo.
Obrigada, Davide, pelo registo fotográfico! Magnífico.
Próximos desafios... ainda não há nada determinado! ;)