segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Sou blog há 3 anos


Dá a sensação que há pouco escrevi sobre o 2º aniversário deste blog, e já passaram mais 365 dias! Mas é mesmo verdade... já são 3 anos que o Corridas e Suadelas faz parte da blogosfera da corrida... e não só.
O rescaldo, deste último ano, em termos de provas realizadas não foi o mais abastado. Ficou resumido a 4 meias maratonas. Dito assim até dá a impressão que ando "fraquinha". Nada disso! Foram vários os fatores que me influenciaram ao longo deste 2015. 
No início do ano estava condicionada devido a dores no gémeo direito. Em meados do ano fisicamente estava bem... mas motivos pessoais arrasaram com a minha vontade e motivação para correr. Quando me tentei agarrar aos treinos para a maratona surge a tendinite no tendão de Aquiles. Passei a ficar na bancada a ver correr e a maratona ficou adiada. Após semanas parada, finalmente consegui correr a meia maratona do Gerês com poucos treinos. Embora seja uma prova difícil, valeu a pena esperar para a fazer.... é uma das provas mais belas que existe.
Quando não se pode correr há sempre interessantes alternativas para colmatar esta lacuna. Aventurei-me a percorrer alguns trilhos fabulosos dos Picos da Europa, com um grupo fenomenal que deixou vontade em repetir a odisseia.
Há pouco falei de uma das meias maratonas mais belas e disse bem... porque há outra não menos bela: a Meia Maratona de Amarante. Acreditem, é mesmo! ;)
Em janeiro vimos uma meia maratona percorrer a cidade e arredores de Amarante! Foi, sem dúvida, um dos eventos mais importantes, mais dinamizadores e mais envolventes desta cidade. A 2ª edição está a caminho e promete ser mais um sucesso.
A par da Meia Maratona há também o Amarante Christmas Trail. Dois eventos que já são a predileção de imensos atletas. Não esquecer o estreante Amarante Night Run. A coleção de sucessos de eventos, dentro da A.D.A. está a proliferar! 
2015 foi assim, poucas provas corridas mas envolvi-me para que outros corressem ou ficassem com um registo para "mais tarde recordar"...
Para 2016 já tenho um grande e audaz objetivo... mas fica em segredo, por agora. Entretanto vou criando pequenos objetivos para que a desmotivação não bata à porta e pôr as pernas a mexer.
Quero deixar um enorme obrigada a quem me segue e me lê. A cada leitura, visita ou comentário vosso é-me injetado doses de incentivo para continuar. Muito grata a todos vós e encontrámo-nos  em 2016 num post, algures, por aí. ;)



quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Meia Maratona do Gerês - 2ª parte

Especial conquista!
O grande dia acordou frio mas a anunciar um dia soalheiro.
Acordei cedo. Queria tomar o pequeno-almoço antes das 8h para não ter sobressaltos durante a prova. A ansiedade tomou conta de mim e estava agitadíssima.
A sala das refeições do Hotel Adelaide estava repleta de atletas. No ar sentia-se a expectativa dos estreantes e a confiança dos repetentes. Este ambiente turbinou o meu receio. E se o pé não aguentasse o esforço? Sabia que as subidas não eram doces para o meu calcanhar e as dúvidas surgiram em catadupa. 
Durante os treinos, de quando em vez, ele dava sinal e o meu medo era mesmo ele não suportar o esforço nas subidas. 
Tentei não pensar nisso e, logo que possível, desci à Vila. A temperatura rondava os 2 graus. Muito frio!! O Angelo Vidal, mais uma vez, prontificou-se a acompanhar-me para não esmorecer e, no caso de recidiva, não estar só.
Ambiente atrás do pórtico
Quando chegámos à avenida já se sentia a agitação dos preparativos para as diferentes partidas. Os atletas chegavam de todo o lado. À medida que circulava ia encontrando alguns conhecidos, incluindo o Joaquim Costa, também de Amarante, que se aventurou na Maratona. O António Miranda, dos Lousada Runners, o Fernando Fernandes que tinhamos conhecido na véspera, na Ermida. O Ricardo e o Carlos dos Falta Muito? entre outras caras conhecidas...
António Miranda
Fernando Fernandes e Angelo Vidal
Deambulamos por ali e, de vez em quando dizia ao Angelo que só terminaria a prova bem perto das 3h. Achava que todos os presentes estavam preparados... menos eu!! Pois... o diabinho a apoderar-se de mim! Claro está que "levei logo nas orelhas". Libertei-me destes pensamentos e tentei absorver o máximo daquele calor e energia que emanava da cor dos equipamentos, do frenezim de reencontros, das gargalhadas nervosas mas felizes, dos rostos frios e ansiosos... Foi neste quadro que encontrei dois alunos meus que estavam a assistir. Uma injeção de alento. Não resisti e.. vamos à foto.
 sweet moment
Entretanto surge a contagem decrescente para a maratona, 13 km e 1º segmento estafeta dos 42 kms. 
Registei a partida!
Estava a chegar a nossa hora. Posicionados na direção inversa da maratona, tentamos descontrair um pouco, conversando com este e aquele, saltitando para espalhar o frio mas a ansiedade era brutal. No meio destas tentativas encontrei o Vitor Dias, coordenador geral do Correr Por Prazer. Mais uma troca de palavrinhas onde o tema era... corrida!
Vitor Dias
9h15m, arrancamos suavemente pela Vila abaixo e, nesse momento, todos os meus receios desvaneceram-se.
Rua abaixo por António Cabral
 O ambiente era estrondosamente magnífico! 
Os 2 km de descida serviram para um aquecimento antes de iniciar a imensa subida, rumo à aldeia da Ermida. Neste entretanto vejo o António Cabral de bicicleta a chamar por mim. Mas a bicicleta ficou enciumada e zás... atirou com o António ao chão. Felizmente, não se magoou... mas fiquei preocupada :/ 

Começa a ascenção.
Rua acima por Angelo Vidal
Como não fui para sofrer, alternei corrida com caminhada ligeira nas zonas que exigiam mais. O Angelo não parava de tirar fotos e orientar o meu esforço.
À medida que conquistava kms deixei de pensar em possiveis dores para  passar a absorver o explendor que me envolvia. Passei a correr com o coração. Sentir o Sol a aquecer o corpo, as cores de outono a pintar a alma e os parceiros de percurso a preencher o sorriso.
Com Claudia Pinto
Daniela Barbosa

Ao chegar à Ermida tive uma receção calorosa que me fez transbordar de alegria. Ouvi as vozes singelas de 2 alunos meus a dar "Força, professora Elisabete!" Arrepiei-me!!! Não resisti... e vamos à foto! Escutei-os mesmo quando já não me alcançavam à vista. Memorável!!
Outro sweet moment
Subir a calçada portuguesa dentro da aldeia foi outro ponto alto da prova. Magnifico!
Abastecimento com direito a fruta, marmelada, bolo, chá, isotónico, tostas... ingeri laranja, banana e um quadrado de marmelada. Ali já estavam agrupados alguns atletas. Seguimos mais ou menos juntos e orientamos as subidas entre corrida, caminhada ligeira, conversa e... fotografia.
Oupa, vamos lá subir um pouco mais!
Mas sabem o que mais me fascinou? Foi a paz transmitida por cada paisagem alcançada e da camaradagem que se viveu a cada metro percorrido. Não houve pressa em chegar. Houve vontade em sugar cada som, cada cheiro natural, cada raio de sol a aquecer a manta morta, a iluminar as folhas persistentes... tentar reter todo aquele encanto genuíno.

A Pedra Bela era já ali. Estavam conquistados os 600m de D+ e mais de 800m em ganho de elevação. As subidas tinham terminado!
Findou a subida!
Último abastecimento antes da derradeira descida até à meta. 
Assim que comecei a descer encontro outro aluno meu montado a cavalo. Não resisti a mais uma foto. Mais um alento a aquecer o coração.
e mais um sweet moment
6 kms a descer... siga! Olhei para o relógio e levava quase 2 horas de prova. Pormenor acessório naquele contexto. O Angelo estimou a chegada com 2h35m. Eu não pensei no assunto. Corri cuidadosamente para não estragar nada na parte final. Senti um gémeo cansadito. "Cuidado miúda, falta pouco e descer nem sempre é fácil!".
Embora atenta aos sinais do corpo, o coração não se desmarcava do painel de cores de outono. A sumptuosidade natural visualmente alcançada afagava cada passada e regulava o ritmo. Articulação espontanea entre o eu e a natureza! Sublime!
Vamos à descida!
Já se escutava o som do speaker e a música da meta. Faltava 1 km e já estava com saudades do monte e dos kms conquistados!
Cruzamo-nos com atletas que já tinham terminado e injetaram a última dose de motivação. 
A meta estava ali! Senti um arrepio enorme e uma alegria imensa! O público estava muito calado e pedi palmas. Corri com o coração a transbordar de felicidade! Consegui!!
Meta transposta e um sorriso imenso! Olhei para o relógio, 2h 27m. Fantástico para quem esperava chegar bem perto das 3h. ;)
Muito feliz!
Tempos à parte, foi, indiscutivelmente, a prova mais bela que algum dia participei. 
Foi um percurso difícil? Sim, foi, mas quando se corre com emoção e prazer tudo é mais fácil.  Como descrevo esta prova? Mesmo usando todos os adjetivos e estabelecer belas comparações não é possível descrever o que é correr no Gerês. É algo que vem de dentro e se desmancha num permanente sorriso!
Correr no Gerês é correr com o coração!

Quanto à organização: Excelente! Parabéns Carlos Sá!

Em 2016 cá estarei!



segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Meia Maratona do Gerês - 1ª parte

Para descrever este fim de semana intenso no Gerês vou optar por separar em duas partes: a primeira é referente ao dia de sábado, e a segunda parte incidirá no dia da prova pois há muita coisinha para contar. 

O sábado começou magnífico e luminoso. A temperatura convidava a um passeio relaxante por um trilho de baixa dificuldade. Assim pensado assim feito. 
Raios de Sol... e eu!
Seguimos um caminho de terra batida que nos levou à Casa da Bela Vista. Daqui a vista para as pontes do Rio Caldo era fabulosa... aliás, qualquer vista de qualquer ponto do Gerês é sublime. Ida e volta ocupou-nos a manhã toda. 
 
Após o almoço fomos levantar os dorsais no Auditório do Centro de Animação Termal.
Na avenida já se fazia sentir a azáfama da organização. O Carlos Sá não parava um segundo e também carregava o que fosse necessário para agilizar o trabalho. 
Apresentação do programa no Miradouro da Ermida
Como tinha visto na programação do evento Gerês Marathon, na aldeia Comunitária da Ermida decorria uma visita muito tradicional. A concentração foi feita no Miradouro da Aldeia com direito a visita ao lagar tradicional de azeite. Consegui 2 minutos com o Carlos e, entre conversa e tal, vamos à fotografia.
Este homem está em todo lado!

Vamos ao azeite ?
O grupo não excedia as 40 pessoas, o que tornou o evento mais familiar e depressa se fizeram novos amigos, conhecidos e, de quando em vez, a conversa seguia para o que nos esperava no dia seguinte. Fomos dirigidos a uma prova de licores, chás e mel bem junto ao miradouro. Ai, que soube tão bem!!
Broa caseira... hummm! E o mel? Delícia!!!
Enquanto aguardavamos a chegada da rês de cabras, juntámo-nos à Familia Pires, provenientes de Vila Praia de Ancora. Momentos muito aprazíveis que a corrida tem a vantagem de originar.
Passou o cortejo de cabras e seguimos atrás delas.
Eram mais que muitas!
Neste manancial de caprinos cada um sabia o seu lugar de descanso. Não havia cá engano. Os cachorros não arredavam as patas enquanto não entrassem todas para a sua guarita.
Seguimos até ao largo de festejo. Lá já se sentia o calor da fogueira e o fervilhar da sopa nos potes de ferro.
Preparativos para o ataque!!
As brasas estavam a preparar-se para grelhar uma feverinhas. Mas antes de dar ao dente havia trabalho a fazer. Cortar os últimos pés de milho e virar desfolhada.
Cortar... para depois desfolhar!
Pois é, há anos que não o fazia e foi surreal este momento. Várias mãos não se fizeram rogadas e num ápice os cestos encheram-se de espigas.
Estavamos imparáveis
O frio já nos acompanhava e a sopa era bem vinda. Sopa do Pote... ohhh, ainda me está a saber bem.
Hora sagrada: Sopa do Pote!!!
Uma fêvera num pão e um pé de dança para aquecer encerramos a nossa presença na Ermida.
Dei por terminado o sábado após um belo crepe de frutos silvestres, na companhia da Família Pires. Família que ficou no coração.
Obrigada pelo carinho! :)
Foi um sábado que o posso definir como "acima de impecável" Tudo foi excelente. Para ser sublime só cá faltou mesmo o meu Rafael. 
Ambiente descontraido, novas amizades, muitas gargalhadas, aquisição de conhecimentos, partilha de experiências... e continuava por aqui adiante, mas ainda tenho a 2ª parte para escrever! ;)
Até já!!!

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Recuperação por Terras de Bouro

    Volvido mais de um mês desde a última vez que por aqui escrevinhei, estou de volta!
   No último post as perspetivas de tratamento da minha lesão estavam condenadas, à partida, por falta de fisioterapia, aqui, por terras do Gerês.
   Bem, isso era o que, inicialmente, se supunha... mas há sempre soluções estratégicas e inesperadas quando há almas indulgentes e altruístas, prontas a auxiliar.
 Tratamento indicado, tratamento domiciliário iniciado! Foram 2 semanas de terapia meticulosamente cumprida...! 
Parceiro de tratamento
   Na terceira semana já pude iniciar os primeiros treinos em modo passeio, com a duração de 20 minutos. Nesta fase senti que reaprendia a correr. Como é estranho: 1 mês sem galgar kms e já parecemos uns caloiros do asfalto.
Os 250 metros mais planos da Vila do Gerês
   Com o desenrolar dos curtos mas eficazes treinos, fui sentindo menos tensão no calcanhar e a dor desapareceu. 
   Mas mazelas são mazelas, e, enquanto não ganhar novamente confiança, vou correndo a medo e paulatinamente. Ainda prevalece o receio de uma recaída e reincidência da lesão. Com o tempo a segurança dos passos regressa... e a forma também!
Objetivo: 21 km
   Tenho insistido em fazer os treinos de forma progressiva mas em terreno pouco linear - também não tenho outra solução!-... porque quero muito fazer a Meia Maratona do Gerês! Além de ter um significado especial para mim, o percurso é fantástico. Já tive a oportunidade de o fazer de carro e é algo único... e durinho. :) :)
Beleza natural: aldeia da Ermida. "Oupa!!" Subiiiiiir!
    Naturalmente que não estarei com uma preparação a 100%, mas a vontade de a fazer é tanta, que mesmo a gatinhar, hei-de chegar à meta. 
   A duração dos treinos está a aumentar. Por agora não dou importância aos kms que efetuo. A metodologia que adotarei na Meia do Gerês será adequada ao processo de recuperação que ainda me encontro. Deste modo será mesmo para gozar o  que o Gerês tem para nos dar em modo de prova de estrada, descontraidamente, máquina em punho, a "trepar" até à Ermida e continuar até à Pedra Bela! Upa! Upa! Depois é descer até ao ponto de partida. UFFF
  Enquanto o dia não chega, cá continuarei pelo Gerês, ora trabalhando, ora treinado, ora descansando, ora ( se o tempo ajudar) passeando, ;)
Passeando... ;)

                                                                                                     

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Tendão de Aquiles - Resultados reticentes




Quem ler os relatórios, abaixo apresentados, dos exames preliminares feitos ao meu tendão, perceberá que a saúde deste já teve melhores dias. Rotura não há, mas há uma tendinose que tem de ser tratada com sessões de fisioterapia, se quiser voltar a correr. 
Recomendações: muito descanso e pouco esforço físico. Nada de forçar o rapaz. Caminhar sim, se não doer. :/

Até aqui tudo normal, não fosse o sorteio concursal do MEC me ter enviado para um dos locais mais bonitos do país dar aulas... mas que não tem onde fazer fisioterapia, a não ser em Vieira do Minho (20 km)
Atual estado: Solucionar a situação...




sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Semana 4: Maratona adiada!




7 a 13 de setembro

Esta já vai com alguns dias de atraso, mas nunca é tarde para registar. 
Com esta missiva darei por terminada a epopeia dos registos semanais DESTINO 42. Quem me acompanha nesta crónica sabe que o cumprimento do plano previsto para a maratona não está a ser levado avante devido a um tendão de Aquiles "avariado".
Limitei-me a fazer 3 treinos de bicicleta estática de 40` a 45` na segunda, quarta e sexta.
No sábado foram uns bons 22 ou 23 kms de trilho pelos Picos (caminhar) e domingo mais 9 km mesmo ao lado do rio Cares. Confesso que no sábado o tendão refilou na parte final do percurso, mas nada que um bom bálsamo e uma massagem não resolvesse... temporariamente.
Se uma caminhada provoca incómodo, trabalhar para os 42 kms daria para trocar de nome ao tendão. Decidi levantar o lenço branco da rendição e adiei a maratona para 2016.
Enquanto isso espero os resultados da ressonância e da eco. Pois é, exames complementares porque o médico não gostou do local de onde provinha a dor... grande coincidência, eu não gosto há muito! Achei estranho o facto do ortopedista ter dito que podia correr, desde que não aumentasse a velocidade nem escolhesse pisos acidentados ou íngremes. Hummm, tarefa um pouco dificil de conseguir dado que vou trabalhar para o Gerês.
A verdade seja dita, não sou nenhuma lebre (talvez na próxima encarnação o seja) mas entre correr devagar devagarinho e não correr vou optar por... não correr. Acho uma contradição correr com um tendão consternado. Seguirei a minha intuição até saber o resultado dos exames.
Caminhar, bicicleta estática e mais umas manutenções serão a ementa principal. Assim o tendãozito não é massacrado com grandes impactos e vou dando movimento às canetas.

DESTINO 42 termina hoje, mas eu continuarei por cá a dar novidades.

Até breve e para quem treina para a maratona (ou para outra prova), bons treinos e nada de esmorecer.





   

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Picos da Europa: Covadonga / Cares... Inesquecível!!!

"Os Picos de Europa são uma formação montanhosa na Cordilheira Cantábrica, ao norte da Espanha, que, embora não muito extensa, é pródiga em acidentes geográficos de grande interesse.
Esta formação calcária estende-se pelas AstúriasCantábria e Castela e Leão, destacando-se pelas suas altitudes, em muitos casos acima dos 2500 metros, pelo próximo que estão do mar Cantábrico, já que no seu ponto mais setentrional distanciam-se apenas 15 quilómetros da costa." by Wikipédia

Há algum tempo que sentia vontade em conhecer os Picos. Talvez por acontecimentos marcantes, por conversas informais, por notícias nos jornais, pela sua essência... o certo é que a curiosidade aumentava. Através da Iberian Trekking tive a oportunidade de satisfazer este meu intento e valeu mesmo a pena!  Vejamos...
A saída estava prevista para as 14h de sexta feira (11 de set.). Feitas as apresentações de todos os elementos do grupo que ingressou nesta aventura, Alfredo Freitas (organizador do evento), Luisa Ferreira, Adelaide Amorim, Iolanda Sousa, Virgilio Neto e o Angelo Vidal, metemo-nos à estrada, rumo a Cangas de Onís. 
Seis horas e uns trocos depois estacionavamos em frente ao Águia Real, hotel que nos albergou durante 2 noites. O estômago já reclamava o jantar. El Palco foi o restaurante escolhido para tranquilizar o nosso apetite. Provamos a tipica cidra, da qual não fiquei fã. 
Nós no El palco e a cidra.
Após um jantar descontraido e animado, fomos esticar as pernas pelas ruas de Cangas e conhecer um pouco daquela localidade.
Ponte romana... e eu!
Sábado bem cedo subimos até aos lagos de Covadonga. O primeiro a alcançar foi o Enol. De mochilas às costas, bastões a acompanhar e a vontade a fervilhar, iniciamos o trilho que nos levaria ao Refúgio de Vegarredonda. 
Lago Enol... e alguém com cara de caso!
O trilho contornou o lago e levou-nos a uma estrada em terra, em condições transitáveis. A chuva ainda quis mostrar o ar de sua graça, mas depressa desapareceu e permitiu ao sol umas espreitadelas. As montanhas iam surgindo entre as nuvens, magestosas e altivas. As vacas que pastavam por ali olhavam-nos com curiosidade ao ponto de reclamarem entre elas, palrando longos mugidos. As casas tipicamente feitas de pedra apareciam aqui e ali, naquela imensidão de verde, protegidas pelas protentosas montanhas. 
MUUUU
Como trilho é trilho, e não fomos ali para passear em "autoestrada", entrámos em piso mais rebuscado. O cenário que nos ladeava era encantador. As árvores e a vegetação ornamentam as pedras e pedregulhos que se misturavam entre elas, numa combinação típica da natureza. O terreno passou a ser mais irregular à medida que "escalavamos" monte a cima. 
O nevoeiro acompanhou-nos todo o percurso visto ser um clássico por estas paragens cantábricas. Mas não nos impediu de tirar umas fotos e apreciar o que ele nos permitiu ver. Todos nós queriamos registar cada segundo desta jornada. A boa disposição não faltou entre os elementos do grupo e as galhofadas surgiam de quando em vez. 
Chegados ao Refugio de Vegarredonda, aproveitamos para comer algo e decidir o caminho a seguir, uma vez que o nevoeiro não fazia intenção de ir embora. Após concordância de todos, seguimos em direção a Ordiales. 
Nesta fase o caminho tornou-se mais sinuoso e técnico, onde as pedras nos obrigavam a redobrada atenção. A dada altura o nevoeiro quis dar tréguas e o calor chegou a incomodar. Pela frente deparamo-nos com magestosas formações calcárias que tivemos de transpôr. 
Conforme conquistavamos altitude o nevoeiro não despegou e obrigou-nos a retroceder a marcha. O miradouro de Ordiales terá de ser visitado numa outra altura.A chuva miudinha acompanhou-nos no retorno, obrigando o grupo a permanecer mais unido. A descida foi dificultada pelas pedras escorregadias. 
Com um "tempo de lobos" e mais de 20 kms percorridos, chegamos ao parque molhados e cansadinhos mas felizes.
Banho quente tomado e El Palco recebeu-nos novamente para mais um jantar merecido. Aproveitamos para festejar o aniversário de um dos elementos do grupo (Iolanda Sousa). Como a noite "ainda é uma criança" decidimos meter mais umas centenas de metros nas pernas para descontrair e aliviar as tensões musculares. 
As fotos dinâmicas não puderam faltar e a satisfação de poder fazer parte deste grupo também não.
As dinâmicas e as poses!
O domingo acordou cinzento. Estava previsto fazer a "Ruta Lago Ercina", mas a chuva que caiu assim que chegámos ao lago, obrigou a que os planos fossem alterados. 
Após uma breve paragem no Mirador de la Reina e comprar umas recordações em Cangas, seguimos para Caín. Uma viagem pouco agradável devido às curvas, mas com paisagens esplêndidas.. Chegados ao destino, ingerimos algo assim que o estômago o permitiu e iniciamos a Ruta del Cares. Um dos trilhos mais conhecidos dos Picos. É percorrido ao longo do desfiladeiro do rio Cares e tem a particularidade de nos proporcionar a passagem por pequenas cavernas, pontes e caminhos esculpidos nas rochas.
Ao longo do percurso é impressionante a grandiosidade e imponência rochosa que nos circundava. As lapidações provocadas pela erosão dão às rochas uma beleza única e peculiar. Os desfiladeiros têm tanto de belo como de assustador. O piso é mais regular o que justifica o grande número de caminhantes que andavam por ali. 
Ruta del Cares
O tempo não era muito por isso foram feitos apenas 5 km deste magnifico trilho. Hora de regressar!
Antes de nos fazermos à estrada, rumo a Portugal, houve ainda tempo para um mini piquenique num dos miradouros e fazer a despedida desta aventura tendo as cabras como companhia e uma paisagem estupenda para gravar na memória sensorial.
Finda esta excursão aos Picos de Europa quero, mais uma vez, agradecer à Iberian Trekking pela excelente organização desta atividade. Sem dúvida uma aventura inesquecível! Venham mais!
Obrigada a todos os elementos do grupo desta odisseia pelos momentos divertidos que partilhamos, pela animação, a grande camaradagem e amizade. Os trilhos trazem isso mesmo: grandes momentos com grandes pessoas para recordar!
Até à próxima aventura!
Nós e o mini túnel! :D


 FOTOS (é só clicar)

FILME