quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

20ª S. Silvestre do Porto

Resenha histórica

Conta a história que, Cásper Líbero, famoso jornalista brasileiro, inspirou-se numa corrida noturna que tinha assistido em França, e promoveu  a primeira S. Silvestre no Brasil. Esta arrancou  à meia noite de 31 de dezembro de 1924 com 60 atletas dos quais apenas 48 finalizaram a prova.
O facto do papa São Silvestre ter morrido num dia 31 de dezembro (dia também escolhido pela igreja católica para o canonizar) está na origem do nome dado à corrida.
Ao longo do tempo esta competição sobreviveu a vários contratempos históricos como, a Revolução Constitucionalista de 1972 e a Segunda Gerra Mundial.  Tornou-se, então, na mais famosa prova de rua do Brasil.
A corrida de S. Silvestre atravessou o oceano e passou a fazer parte das agendas desportivas do final de ano de várias cidades da Europa.
Portugal não foi exceção. Nos últimos anos são cada vez mais as cidades a promover uma corrida de S. Silvestre e colocar todo o tipo de atletas a correr pela cidade, à noite, nos últimos dias de dezembro. A finalidade é terminar o ano a correr.

S. Silvestre do Porto

20 anos decorridos desde a sua 1ª edição, a corrida de S. Silvestre do Porto bateu o seu recorde de participantes este domingo passado (15 de dezembro). Foram cerca de 16 mil os que encheram a Avenida dos Aliados para mais uma magnifica corrida e caminhada por algumas artérias da invicta. Para a maioria dos aderentes foi uma oportunidade para vivenciar a imensa festa do desporto e toda a sua envolvência. 
Participantes assíduos nestas andanças, o nosso grupinho não faltou ao desafio. Embora faltassem alguns elementos por ser dia de passeio, aqui estávamos nós.

A "família" reunida!
Muita conversa, muito passeio e um cafezinho pelo meio, a hora da partida aproximava-se. Os atletas surgiam de todo o lado. Os Aliados estavam duplamente iluminados pelo cintilar natalício e o brilho dos corredores...
Encaminhamo-nos para o local de partida. Olhava à minha volta e tentava reconhecer alguém... e reconheci... e chamei... pelo Francisco!!! Já é praxe conseguir encontrá-lo (ou ele encontrar-me) em todas as provas que participamos! Fantástico! 
A bracejar num mar de gente!
Os atletas estavam divididos por escalões de corrida. Já posicionada no meu ponto de arranque, observava em redor e era abismal o mar de gente que o meu olhar alcançava. 
De onde estava não conseguia visualizar o pórtico da partida. Não escutei o tiro da largada, a música introdutória da prova nem o pedido de casamento feito...  
00:05:40 marcava o relógio da partida quando passei pelo pórtico. O desafio tinha começado. Não me refiro ao desafio de correr, mas sim à aventura em conseguir um espaço para colocar os pés e tentar correr sem atropelar ou acotovelar alguém. Sem cair ou fazer cair!
Sentia-me bem, mas a mancha humana dificultava o avanço. A minha concentração estava voltada para os que corriam à minha esquerda, os que sentia atrás e a possível direção que poderiam tomar, os que circulavam à minha direita, a velocidade que iam os da frente e a perspetiva de encontrar uma aberta nas diagonais... sem tropeçar em alguém. Nas ruas estreitas tive mesmo de pedir, educadamente, para caminharem mais junto ao passeio. Uma verdadeira odisseia! Cansei-me mais neste jogo de alerta dos sentidos do que a correr. 
Branco em realce!

Fazer bons tempos nesta prova só mesmo a elite, os atletas mais "pro" e os que partem mais à frente. Quem vai no grosso do pelotão é obrigado a abrandar o ritmo para ziguezaguear e conseguir encontrar uma réstia de  espaço para prosseguir caminho. Quando acha que consegue um bom espaço... lá aparece mais alguém a abrandar ou a caminhar...
Mas a finalidade não são tempos. São o terminar, o participar, o sentir a magia da corrida, o som dos passos no asfalto, os gritos de alegria, a adrenalina, a suadela, os sorrisos, o cansaço satisfatório...  um sem número de fatores positivos que justificam a, cada vez mais, elevada participação de corredores nesta prova. 

Aniversário do Jaime
Aniversariante

A coincidência quis reunir, na mesma data, mais um evento a realçar: o aniversário do Jaime.
Iguarias pós prova!
Prova terminada, medalha ao peito e roupa trocada, todos os elementos do grupo seguiram até aos Clérigos para mais um momento festivo. Já nos esperava um bolo de aniversário, bem caseiro e umas bebidas para acompanhar.
Vamos à missa do galo?

Parabéns, desafinadamente, cantados na escadaria dos Clérigos, brinde feito, bolo comido em amena cavaqueira, fotos para registar o momento, piadas e muitas gargalhadas... melhor quadro para terminar uma prova... impossível!

  • A todos os elementos do grupo, muitos parabéns pela participação e pelo desempenho. 
  • Uma especial felicitação à Clara pela sua primeira S. Silvestre realizada!
  • Votos de melhoras rápidas ao Paulo que, lamentavelmente, não pôde participar nesta prova.
Próximas suadelas...
- S. Silvestre de Vila do Conde
- Meia Maratona Manuela Machado




4 comentários:

  1. Efectivamente é difícil, ou quase impossível pensar em tempos nesta prova, mas o importante é participar nesta grandiosa festa e divertirmos-nos. Para tempos existem outras...parabéns pela proa e por esta crónica tb.
    Boas corridas!

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    1. Muito obrigada, Carlos. Aproveito para lhe desejar um ótimo Natal.

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  2. Também senti o mesmo, pelo menos nos primeiros 3kms, em que me cansei mais a ziguezaguear do que a correr; para tempos talvez a s. silvestre de sto tirso. abraço e boas corridas

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    1. Boas corridas para si também. Para mim talvez em Vila do Conde!

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