domingo, 22 de dezembro de 2013

S. Silvestre de Vila do Conde

Estiramentos, inflamações ou outro tipo de palavrão que origine uma lesão, é sempre motivo de revolta interna e contradição, para quem gosta de dar corda às sapatilhas. Pior ainda quando se pretende participar numa prova fantástica em termos de percurso. 
Apesar das indicações dadas pela minha fisioterapeuta serem assertivas quanto à minha não participação na prova, eu quis arriscar e fui...
Isolada, com as cores da A.D. Amarante
Fui com a ideia que seria impossível melhorar o meu tempo nesta distancia... dado o meu condicionalismo de última hora!
Fui com a ideia de participar, e, se não conseguisse... abrandar, caminhar... só mesmo se não fosse possível, desistir.
Fui com a ideia de aproveitar a companhia dos amigos e viver o ambiente de mais uma festa desportiva... sem preocupações.
Com este espírito desloquei-me a Vila do Conde, com o meu amigo e atleta, Francisco José, para mais uma S. Silvestre. Avizinhava-se uma prova tranquila e sem problemas de tráfego de atletas no itinerário escolhido. Talvez pela hora tardia da prova ou pelas várias corridas a realizar neste mesmo fim de semana, já para não falar nos típicos jantares de Natal, o número de participantes não excedeu as quatro centenas.
O meu grande amigo povense, Tomé Marques Arteiro, juntou-se ao nosso duo e completamos um magnifico trio de corredores de pelotão.
o trio formado: Francisco, Elisabete e Tomé

Enquanto procedia ao aquecimento a minha mazela não se estava a portar mal. Sentia-a ali, mas de forma tranquila, meio alerta meio adormecida. Apesar do enorme receio em acordá-la, alinhei atrás do pórtico de partida. Aqui tive o prazer de encontrar e conhecer, pessoalmente, um grande atleta veterano de Espinho, Belmiro Rodrigues.
O tiro soou, a malta arrancou e a adrenalina começou.
Bem, devo dizer que, para mim, começou o receio de piorar o que já não estava bom... e com alguma razão!
Ainda não tinha percorrido 400 m, o  Tomé passa por mim e pergunta se estou bem. Em simultâneo sinto uma dor mais forte a irradiar pela perna e alertei-o que talvez fosse desistir. Abrandei e procurei um ritmo confortável de forma a não forçar.
Estava eu na minha pequena luta de controle de passada quando sinto, bem atrás de mim, um grupo de atletas bastante animado. Um aspeto que me chamou a atenção foi, em alguns momentos da corrida, abrandarem o ritmo para esperar pelos membros mais atrasados. O espírito deles era a diversão e a camaradagem. Ali ninguém estava na luta por tempos fenomenais mas viver o lado mais descontraído da corrida ( Carpe Diem).
Tugas na Estrada
Foi com essa descontração que um dos elementos desse grupo, verificando pela camisola, que eu era amarantina e, talvez, por sentir a dificuldade em que me encontrava a correr, decidiu meter conversa.
Quando dei por ela, já todos os elementos soltaram o meu nome no ar. Estava, literalmente, incluída naquele magnifico grupo, até à meta.
Uns  gritos ali, uma piada acolá, uma corrida ao café da avenida mais à frente, uma paragem para a foto logo de seguida, umas palavras de incentivo sempre que a dor despertava, uma  fila indiana nos últimos kms, uma canção de Natal para quem quis escutar, uma chamada mais pelo meu nome para verificar se ia ali e bem... e um espetacular abrandamento na meta para que ficasse registada a fantástica chegada dos verdadeiros atletas: Tugas na Estrada... e eu, claro!
Foi neste ambiente salutar de alegria e boa disposição que fiz a minha S. Silvestre de Vila do Conde. Um ambiente de camaradagem onde não há espaço para desconhecidos. Somos atletas e basta!

Quanto ao meu empeno... bem, vai obrigar-me a fazer gazeta aos treinos durante uma semana, a correr bem!
Tugas no pódio
Brinde à "Tuga"






Notas:

  • Francisco José, obrigada pela partilha da viagem, pela companhia e pela amizade, em mais uma "aventura no asfalto". Parabéns pela excelente prova que fizeste!
  • Tomé Arteiro, obrigada pela receção inusitada ao auxiliar-nos na localização do evento, na tua presença antes e depois da prova e pela tua afeição. Desculpa a preocupação que te causei. 
  • Parabéns ao Baltasar Sousa, pela organização deste evento. A meu ver só pecou pelo horário da sua realização. Julgo que ao realizar-se numa hora mais acessível (18h-19h) o número de participantes aumentava consideravelmente. 
  • Um imenso obrigado aos TUGAS DA ESTRADA, que me proporcionaram uma prova fantástica e divertida, quando pensava que poderia não a conseguir fazer. Foram uma fonte de motivação aliada a uma excelente companhia! Continuem assim e espero encontrar-vos  em futuras corridas. 


A todos um excelente Natal e muitas corridas para desgastar os "pecados" desta época festiva! :)




6 comentários:

  1. Parabéns Elisabete esta crónica da tua corrida representa bem teu excelente espirito e alma de verdadeira atleta.

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    1. Obrigada Belmiro. Um beijo enorme e espero encontra-lo noutras provas. Um excelente Natal.

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  2. Olá Elisabete, Parabens por teres terminado esta prova na nossa companhia. Sou Alexandre Graça do Grupo "Tugas na Estrada" e que como tu, tambem a fiz com algum sofrimento, ora tu a queixares-te do joelho direito e eu do esquerdo, concerteza que te recordas. Como elemento deste Grupo os meus agradecimentos pelo sentimento sentido e publicado da camaradagem e interajuda que todos incluindo tu conseguimos proporcionar durante grande parte do percurso. Um Santo e Feliz Natal, Bjs

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    1. Obrigada Alexandre pelo seu comentário. Não mais irei esquecer esta prova. Lembro-me perfeitamente que éramos os dois empenados mas chegamos ao fim. Obrigada a si e obrigada a todos. Beijos e continuação de boas festas.

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