sábado, 28 de maio de 2016

De Castro Laboreiro a Pitões das Júnias


Justamente reposto o feriado e acompanhado por um sol convidativo, nada como umas "passeadelas" pelo Parque Nacional.
Às 9:30h já estava a tocar à porta da Rosinha e do Sr. Jorge Lobo ( sim, exatamente a mesma pessoa que faz uns bons treininhos comigo e me dá a conhecer novos trilhos para correr... ou caminhar).
Após preparar a marmita, colocar o essencial no jipe e o cafezinho na vila, o destino: Castro Laboreiro. Embora ouvisse falar muito desta região ainda não tinha tido a oportunidade de a conhecer.

Castro Laboreiro - vista do Castelo

" A aldeia de Castro Laboreiro, antigo conselho medieval, está situada no extremo Norte do Alto Minho e de Portugal. Estando a aldeia localizada no cimo da montanha, a mais de mil metros de altitude, levou a que os castrejos defendessem os seus costumes, e tradições de todas as influências estranhas, e que ainda hoje persistem. Uma dessas tradições é a das inverneiras e das brandas. Em meados de Dezembro, com a chegada do frio e dos nevões, as populações de Castro Laboreiro pegam nas suas roupas, utensílios caseiros e de lavoura e “tangendo o gado, migram em massa para os vales, onde possuem uma segunda casa e uma segunda aldeia."
Chegados à aldeia, rumamos ao lugar de Rodeiro para palmilharmos parte do trilho do Megalitismo do Planalto de Castro Laboreiro.


Não havendo tempo para fazer os 13 km, percorremos apenas uma parte, passando um pouco além do Alto da Mansão do Guerreiro. Avistamos algumas Mamoas ao longe, a lagoa do planalto, o gado a pastar numa imensidão de prado verde... e uma paisagem a perder de vista. Um planalto imenso onde quase dava para tocar as nuvens.


















Fizemos o retorno para almoçar. Almoço na serra é manta estendida no chão, descadeiradamente sentados e comer coisinhas frias e simples.
Regressámos a Castro Laboreiro para visitar as ruinas do Castelo com o mesmo nome.
 A praticamente 1000 metros de altitude, e localizado em pleno sistema montanhoso da Peneda-Gerês, numa linha interior da fronteira entre o Alto Minho e a zona de influência de Ourense, o castelo de Castro Laboreiro é um dos mais emblemáticos monumentos militares nacionais, mais pela localização geográfica aberta aos planaltos galegos, que pela sua pretensa importância no quadro da história militar portuguesa."
Decidimos percorrer os cerca de 800 m até ao Castelo pelo lado Sul. Um caminho sinuoso entre árvores de pequeno porte e vegetação rasteira que nos levou ao cume do castelo.










Àquela altitude tudo à volta era assombrosamente deslumbrante. Montanhas rasgadas de fendas, os aglomerados de brandas, a imponente cordilheira transfonteiriça Gerês/Xurês, as cascatas lá ao fundo... indescrítivel!







Descemos pelo lado norte e visitamos a ponte Romana sobre o Rio Castro Laboreiro e as lagoas formadas pelas quedas de água.








Visitámos o Núcleo Museológico de Castro Laboreiro. Este Núcleo integra também uma “Casa Castreja” tradicional. No seu interior está uma exposição relativa à realidade castreja, nomeadamente sobre a transumância entre as Brandas e Inverneiras da freguesia.
Casa Castreja






Seguiram-se a Ponte da Assureira e a Ponte Nova ou da Cava da Velha. 
"Esta é considerada como Monumento Nacional. "Insere-se nas redes vicinais a sul do Castro Laboreiro. A sua existência justificou-se, ainda, pela proximidade em relação a uma fortaleza castreja, situada nas imediações, como forma de garantir o processo de romanização e de ataque das tropas romanas."
Ponte da Assureira


Ponte Nova ou da Cava da Velha
Tourém
Deixámos Castro Laboreiro, entrámos na fronteira da Ameixoeira, uma passagem por Espanha para regressar novamente a Portugal. Seguimos até Tourém
"A aldeia de Tourém é a única povoação portuguesa situada a norte da serra do Gerês, na margem esquerda do rio Salas, entre as aldeias galegas de Requiás e Guntumil Randín." 
Tourém
Forno do Povo




Uma aldeia típica, com calçada à portuguesa, ruas estreitas, as igrejas e capelas, o emblemático " Forno do Povo" e as espigas de milho penduradas nas varandas. Uma pausa para hidratar no café do centro, uns amendoins, duas de conversa e a viagem prosseguiu.
A próxima paragem: Pitões das Júnias. Mais uma região que eu desconhecia! 
Embora me encontrasse extasiada com tanta beleza e informação junta, em tão pouco tempo, o meu corpo estava a ceder ao cansaço de uma noite pouco dormida, após uma curiosa e interessante passagem por Ponte de Lima e sentir o aparato da Vaca das Cordas.
Chegámos a Pitões a meio da tarde. Precisava colocar as pernas em ação para despertar... Descemos a ladeira empedrada até ao Mosteiro de Sta Maria das Júnias. Segundo os escritos este Mosteiro está intimamente ligado à história e desenvolvimento de Pitões.  Face à data gravada no muro da igreja, terá sido fundado no ano de 1147. Situado num vale de díficil acesso, obedecendo ao critério de isolamento, encontra-se, atualmente, em ruinas e existem avisos para circular com atenção devido à iminência de ruir.  










Moinho do ribeiro de Campesinho

Ponte sobre o Ribeiro de Campesinho

"Pitões das Júnias é uma pequena localidade e sede de freguesia com cerca de 200 habitantes, pertencente ao concelho de Montalegre no distrito de Vila Real. Localizada a 1200 metros de altitude, no coração do Parque Natural de Peneda do Gerês e inserida na bela paisagem transmontana do Barroso, Pitões das Júnias conserva ainda hoje as típicas casas serranas de granito, os espigueiros para secagem do milho, os moinhos e o forno comunitário. Apesar do crescente abandono dos seus habitantes, a aldeia conserva ainda alguns sinais de actividade como sejam os animais que pastam na região e os campos agrícolas." 
O Sol de fim de tarde estava radioso e a visita ao centro da aldeia era ineviável. A Taberna Celta foi o local escolhido para hidratar. Um ponto de encontro rusticamente decorado, ambiente acolhedor que nos reporta para a simplicidade do tradicional. Visita obrigatória!











Saímos de Pitões já o Sol estava com carinha de despedida. As vacas já se recolhiam e as cabras aproveitavam os últimos momentos do dia para sacar mais uns rasteirinhos para o estômago. 

O regresso foi feito por Lobios e uma paragem relaxante na piscina de água quente. Vinte minutos depois estávamos a caminho da Vila do Gerês.
Rosa Capela e Jorge Lobo, simplesmente... MUITO OBRIGADA!


Foi assim este feriado!!! O tempo colocou-se de feição e, graças à boa vontade da Rosinha e do Sr. Jorge, pude aproveitá-lo da melhor forma possível. Conhecer mais um pouco do nosso património nacional, visitar, interagir, conviver, divertir e, acima de tudo... viver o Gerês! 








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