terça-feira, 6 de setembro de 2016

Pico da Nevosa, foi um prazer!

"O Pico da Nevosa é o ponto mais alto da Serra do Gerês e o segundo mais elevado de Portugal Continental, com a altitude de 1546 metros. Fica na fronteira com a Galiza, segundo folha do Instituto Geográfico do Exército." by Wikipédia


Antes de dar início à descrição semanal dos treinos rumo à Maratona do Gerês, não posso deixar de parte uma breve descrição da minha humilde visita ao Pico da Nevosa.

Após conversações efetuadas com o Diogo Sá Lima (projeto Caminheiros do Gerês), agendamos para sábado passado (03/09) a subida até ao ponto mais alto do Gerês. O ponto de encontro ficou marcado nas termas de águas quentes de Lobios, Ourense. O grupo ficou formado com a presença do Eduardo, a Maria João e o Luis.
Início da Odisseia
Dali seguimos num só carro até à Ermida do Xurês. Avançamos pelo trilho das Minas das Sombras... embora de sombras pouco tivesse, pelo menos nesta altura! Caminhamos em direção à ponte de porta paredes que dá passagem sobre o rio Vila Mea. 
O Sol começa a apertar!

Ponte Porta Paredes

À medida que subíamos fomos descortinando pequenas cascatas e piscinas naturais formadas ao longo do rio. Vontade de descer as ravinas e dar um mergulho naquelas águas não faltou... mas o objetivo era outro. 
Tentações!


Pausa para... troca de opiniões!
A primeira paragem para descansar foi aos 5 km junto a um "oásis" de montanha. Uma pequena fraga beijada pela água e protegida pelas sombras de algumas árvores. Deu para banhar os pés e prepará-los para a dose seguinte.
Um mimo delicioso!
A partir dali a conversa já era outra. Mais pedra e o dobro da atenção. Por vezes parávamos para vislumbrar as enormes montanhas que nos ladeavam. Belas e imponentes.

Depois de muitas pedras pisadas e muitos raios de sol, encontramos um paraíso de temperaturas baixas: as Minas das Sombras. O Diogo e o Luis atreveram-se a entrar no "pólo norte". Eu, o Eduardo e a Maria ficámos pela frescura da entrada. 
Mina das Sombras
Hora de continuar e, desta vez, quase a trepar. Uns metros antes de chegar ao marco nr 91 protegidos pelo Alto da Amoreira e o Pico do Sobreiro em ambos os extremos, decidimos fazer a nossa refeição ainda em terras galegas. Já estava na hora de repor energias pois a Nevosa ainda distava uns 4 kms.   
Mesmo a uma altitude que rondava os 1200 m, o calor não dava tréguas. De vez em quando corria uma brisa, mas depressa o calor ocupava o seu lugar!
Almoço com esta panorâmica!
Energias repostas hora de voltar ao caminho. Já em terras lusas, trepamos uma encosta até nos surgir à frente as minas dos Carris, bem ali ao fundo. Descemos e estivemos ali um pouco a paparicar a pequena albufeira e as famosas janelas com vista para a Nevosa... e o resto do que se pudesse alcançar. 
Carris à vista!

Oh prá ela ali!

Menina que estás à janela...

Próxima paragem... já vos conto! A nossa menina parecia ali tão perto, mas ainda faltavam cerca de 2 mil metros para a alcançar. 
Figuras...



Diogo para a posse!

Luis encontrou-se esculpido na rocha!

No comment!

Entre pedras e vegetação rasteira, entre conversas e fotos, entre subidas e descidas, entre território galego e luso... ali estava ela.
Olá menina!

Últimos metros antes do cume!
Como tínhamos encontro marcado apressamo-nos a fazer a última escalada até ao seu cume onde nos aguardava uns bancos improvisados pela erosão, umas vistas fabulosas por qualquer lado que olhássemos. Conseguimos avistar serras tão longínquas como o corno de bico, Serra de Arga, Serra Amarela, Santa Eufémia, Larouco, Soajo, Peneda, Laboreiro e Cabreira. Claro está que ficámos com aquele sorriso de objetivo cumprido após 14 kms de pura adrenalina e... suor!

Visão imponente!

Apenas apreciando!

A Nevosa, eu e o céu!

Belo!

Já se aproximavam as 18h. Era hora de descer e dar uma última espreitadela ao Curral do Marabaixo vizinho da grandiosa Nevosa. Um curral ainda com cores verdes, que com o calor que se tem feito sentir, é uma raridade. 
Por unanimidade, decidimos arriscar cortar caminho entre o Pico do Sobreiro (em território Português )  e o Altar dos Cabrões (em território Galego) para chegar mais rapidamente às minas das Sombras. Se bem o pensamos assim o fizemos. Criativos como somos, improvisamos um trilho entre a vegetação, seguindo sempre um foco de orientação. Se foi uma aventura fazer este corta mato o que nos esperava tornou-se épico: descer o Pión de Paredes até à Mina das Sombras. O quê???? Acreditem que, se tem Paredes no nome, não é por acaso. O Diogo e eu fomos analisando as melhores estratégias para descer sem ter de rolar por ali abaixo. O Eduardo, a Maria e o Luís seguiam um pouco mais atrás.
Pión de Paredes... Ufa!
Cada passo dado tinha de ser pensado e cuidado. Sempre que possível a vegetação era a nossa corda de segurança. Em pequenas fragas o rabo era um auxiliar poderoso. Sempre que olhava para baixo tinha a sensação que as minas estavam a afastar-se. As pernas já tremiam pelo esforço acrescido, mas não havia margem para facilitar. Tentei sempre seguir o Diogo e, após aquilo que me pareceu uma eternidade... eis-nos nas minas. Finalmente!!! O que vinha a seguir áquilo era mimo... pensava eu!
 Minas ao entardecer!

Depois daquela descida a rapariga até estava impecável!



Como demoramos imenso tempo a descer e a concentração era o principal, eu "apertei" e só "vert águas" quando cheguei às minas. O que eu não esperava era começar a sentir o desconforto do início de uma infeção urinária... e assim foi. Tentei controlar até à última paragem, exatamente no "oásis" de montanha que falei acima. Mas foi impossível! O desconforto e dores surgiam. Só queria caminhar e ver o carro, mas ainda faltavam 5 km. Não sentia cansaço nem desgaste, apenas incómodo. Tentei não pensar e focar-me no caminho, mas era impossível. O Diogo bem tentava apaziguar, mas acabou por ter de me aturar. 
Já de lanternas ligadas, chegamos à ponte. Ai... já faltava pouco... Estava a morrer de sede. Entretanto o incómodo diminuiu. A noite já nos acompanhava há mais de 3 km. Éramos nós, a serra e a noite. O carro... vi o carro e a fonte bem perto. Eu e o Luís quase secávamos a fonte (estou a brincar). Alivio enorme!!
Depois deste resumo, que de resumido tem pouco, apenas posso resumir que foi um sábado colossal. Companheiros de aventura do melhor, trilho grandioso e objetivo cumprido. Nevosa, já estás alcançada!
Obrigada ao grupo por tudo. Obrigada Diogo pela oportunidade. Um dia memorável! Espero o reeencontro numa próxima aventura!






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